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Estratégia é a bastilha do mundo dos negócios. Preços, sempre mais baixos ou mais altos que a média do mercado? Tradição. Segurança. Produto. Experiência de compra, ou uso. Há tanto o que se avaliar, que muitas empresas fazem como Dom João VI: sem saber o que fazer, é melhor não fazer nada. Será?

Para os negócios com relação próxima com uso de tecnologia – seriam quase todos? – algumas estratégias sofrem com uma máxima: as coisas mudam, com certa regularidade. Quando tentam se posicionar como inovadoras, descobrem que o peso, e principalmente o custo de se manter à frente de o resto da manada podem ser desastrosos.

A teoria da Difusão da Inovação, publicada por Everett Rogers em 1962, é um modelo consagrado da distribuição da adoção de novas tecnologias ao longo do tempo:

DiffusionOfInnovation
Foto: Wikipedia

Estar na metade da frente da cauda naturalmente exige um investimento maior do que a metade de trás: quanto menos madura a tecnologia, maior o risco e o custo.

Por que ser um Early Adopter

Vamos à defesa do caso: os 13,5% correspondentes à parcela dos Early Adopters – aqueles que não foram os primeiros no mundo a adotar, mas que agiram rapidamente – são as que tem maior chance de se beneficiar das novas tecnologias.

Veja a história de Steve Jobs: ele nunca foi verdadeiramente o primeiro a utilizar nenhuma tecnologia. O Facebook não foi a primeira rede social. Ebay não foi o primeiro marketplace digital e por aí vamos numa longa lista de pessoas que souberam enxergar o momento, adaptar algo existente ao melhor uso e, principalmente, agir rápido.

Essas são as vantagens de estar na posição de Early Adopter: dá tempo de ver o que os Inovadores fizeram de errado e consertar, com um custo menor do que o deles; de preferência, não dá tempo de outras empresas oferecerem os mesmos benefícios que você, pois ainda estarão aguardando a tecnologia se popularizar.

Dependendo da solução proposta, há ainda um efeito de encantamento do cliente, o que pode criar uma experiência memorável e reforçar o posicionamento da marca de uma forma verdadeira, e não só da boca pra fora. Aliás, quanta gente você já ouviu falar que é inovador, mas já parou de inovar há algum tempo?

O que qualifica uma empresa a estar entre os Early Adopters?

Não há uma convenção mundial, mas separamos aqui algumas diretrizes para elucidar o tema:

  • contar com líderes capazes de identificar e implementar a inovação
  • ter uma política e verba definidas para projetos de inovação
  • estar disposto a assumir riscos calculados e não desanimar com as dificuldades encontradas
  • aumentar a tolerância ao erro e oferecer um ambiente seguro – não confunda com baixa performance
  • viver com o “radar ligado” – buscar inovações em outros setores ou em mentores
  • ser usuário de novas tecnologias e estar em contato com produtos inovadores

E claro, se você conseguiu realizar algo novo, comunique extensivamente a todos os públicos de interesse. Agora, se seu concorrente adotou antes de você, espero que tenha um excelente motivo para ainda não ter começado.

A paciência do cliente não aumenta só porque você fez algo inovador

É importante enfatizar o período de testes de qualquer produto tecnológico antes de colocá-lo em mercado. A chamada “fase Beta” é onde se conquistam os primeiros usuários, que estarão cientes que aquilo ainda é um teste, e o produto final não apresentará os mesmos erros que eles porventura encontrarem.

A maioria dos clientes assume que tudo vai funcionar, mesmo quando há uma proposta de uso realmente inovadora. A desculpa: “ainda estamos testando” não costuma ser amplamente aceita, especialmente se não há outra opção àquele serviço ou se há uma alta dependência.

Espero que você possa se inspirar, trazer mais inovação para dentro do seu negócio e, principalmente, se beneficiar dela para construir algo melhor para todos!

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