No Facebook e no Instagram, as principais redes sociais dos brasileiros, as 100 celebridades mais populares perderam cerca de 800 mil seguidores no ano de 2020. Esse dado, levantado por uma pesquisa da Faap com a Socialbakers, indica que os usuários podem estar se desgastando com as redes e o excesso de informações que propagam.
Apesar disso, o número de publicações continua crescendo e marcas e influencers continuam mais ativos do que nunca. Será que estamos saturados ou presos em um caminho sem volta? Neste artigo, vamos discutir a relação complexa e controversa entre as mídias e o público, respondendo a seguinte pergunta: estamos cansados das redes sociais?
Principais redes sociais
Em 2020, as redes sociais mais utilizadas no Brasil foram Facebook, WhatsApp, YouTube e Instagram. Confira como ficou o ranking mundial de número de usuários, segundo relatório da We Are social e da Hootsuite:
Facebook: 2,7 bilhões
YouTube: 2 bilhões
WhatsApp: 2 bilhões
Facebook Messenger: 1,3 bilhão
WeChat: 1,3 bilhão
Instagram: 1,15 bilhão
LinkedIn: 727 milhões
TikTok: 689 milhões
QQ: 648 milhões
Douyin: 600 milhões
Sina Weibo: 523 milhões
QZone: 517 milhões
Snapchat: 433 milhões
Reddit: 430 milhões
Kuaishou: 430 milhões
Pinterest: 416 milhões
Telegram: 400 milhões
Twitter: 353 milhões
Sintomas do cansaço
Pare para pensar: quais são os sentimentos mais comuns que você tem ao consumir conteúdo nas principais redes sociais? Você sente mais tristeza ou felicidade? Indignação ou satisfação?
O Brasil ocupa a segunda posição no ranking de países que passam mais tempo nesse canais. São mais de duas horas diárias, em média. Isso significa que as emoções que sentimentos por causa das redes acabam tendo um impacto considerável no nosso bem-estar geral.
As consequências do uso excessivo estão começando a preocupar especialistas em todo o mundo. Se você se identificar com algum dos exemplos a seguir, pode ser que esteja na hora de rever sua rotina no mundo digital.
Estresse
Redes sociais são frequentemente utilizadas para desabafar, reclamar ou agredir outras pessoas.Pesquisas mostram que esse estresse é contagioso: ao ser constantemente exposto à indignação e incômodo alheio, você começa a se sentir do mesmo jeito.
Exaustão, irritação e sobrecarga podem acometer usuários que estão apenas consumindo conteúdos de outras pessoas, sem a necessidade de se engajar com aquela publicação.
Ansiedade
Com que frequência você checa o Instagram ou o Facebook por medo de estar perdendo alguma coisa importante? Se você se sente por fora quando fica muito tempo sem acessar as plataformas, se preocupa demais em ter a aprovação dos outros e se compara com outros usuários o tempo todo, pode ser que as redes sociais estejam te deixando ansioso.
Os vários tipos de ansiedade causados pelas redes já ganharam, inclusive, outros nomes. É o caso da nomofobia, do toque fantasma, do F.O.M.O. e do F.O.P.O..
Nomofobia
O termo nomofobia vem do inglês no mobile phobia, que é a fobia de ficar sem o celular por algum tempo. É quase um vício em dispositivos móveis.
Se você sente um desconforto ou angústia ao pensar em ficar sem o celular por muito tempo, pode ser um sinal de dependência.
Toque fantasma
Você já teve a impressão de ter ouvido o toque do seu celular ou sentido a vibração do aparelho e, quando foi checar, não encontrou nenhuma notificação? Não foi só com você.
Essa ilusão é chamada de toque fantasma. Ela também está relacionada à ansiedade ligada ao uso dos dispositivos e redes sociais. Afinal, quando recebemos curtidas ou interagimos com outras pessoas on-line, recebemos descargas de dopamina. Isso cria um ciclo vicioso e faz com que as pessoas voltem às redes sociais o tempo todo em busca dessa sensação.
F.O.M.O.
É a sigla para fear of missing out, que significa medo de perder alguma coisa importante ou ficar de fora de uma conversa ou de um movimento nas redes sociais. É um sentimento de angústia que também te faz acessar as plataformas com mais frequência.
F.O.P.O.
Assim como o F.O.M.O., é uma sigla para um termo em inglês, neste caso, fear of other people’s opinions, ou fear of posting online. Isso significa medo das opiniões das outras pessoas ou medo de postar na internet. Essa sensação está diretamente ligada à cultura do cancelamento. As pessoas sentem medo de se expor e serem mal interpretadas, julgadas e, até mesmo, linchadas nas redes.
Depressão
Um estudo feito por pesquisadores das universidades Penn State (EUA) e Jinan (China) concluiu que, durante a pandemia, o uso excessivo de redes sociais pode ter contribuído para o aumento dos casos de depressão entre jovens em Wuhan. Eles mediram os níveis de dependência do Facebook e do WeChat e compararam com as mudanças de humor e saúde mental dos voluntários.
Antes da pandemia, outras pesquisas já indicavam que os usos do Facebook, Snapchat e Instagram no Brasil estavam relacionados à diminuição do bem-estar. Os conteúdos das redes sociais podem alimentar sentimentos de perda, medo e solidão.
São muitas oportunidades de se comparar com os outros. Quando você acompanha o lado bom e bonito da vida de outras pessoas, principalmente no Instagram, é fácil pensar que a vida de todos é mais legal ou mais interessante que a sua.
Para onde vamos agora?
Sabemos que, atualmente, é praticamente impossível não estar em nenhuma rede social. Mas não precisamos abandonar a internet para encontrar alternativas ao cansaço e à mesmice das principais redes.
Novas plataformas e outras formas de produzir e consumir conteúdo estão surgindo e evidenciando o que os usuários estão buscando, hoje, na web. Vamos listar algumas a seguir.
TikTok
O TikTok se tornou um fenômeno global em 2019 e explodiu no Brasil no começo da pandemia, em 2020. Rapidamente, se tornou a quarta maior rede social do mundo, com 1,5 bilhões de usuários mensais. O segredo foi conquistar a geração Z: 41% dos usuários têm entre 16 e 24 anos.
A rede social se baseia em vídeos curtos em looping, que podem ser gravados, editados e publicados dentro do aplicativo. Os vídeos que fazem sucesso costumam ser de humor, exibição de talentos, dublagens, memes ou desafios de dança.
No TikTok, não tem textão e nem problematização. É uma rede de conteúdos fáceis de consumir. Dá para ficar horas passeando pelos vídeos curtinhos sem perceber, dando risada.
Criadores de conteúdo que começaram a produzir também para o TikTok ficaram impressionados com a entrega do algoritmo da plataforma: hoje, é mais fácil atingir milhares de visualizações e viralizar no TikTok do que no Instagram ou no Facebook.
O que aprendemos com o sucesso do TikTok
O sucesso do TikTok mostrou que havia uma demanda por uma rede social com conteúdos mais leves e divertidos. Também vale lembrar que o único formato de conteúdo no TikTok são os vídeos, enquanto as redes mais tradicionais como o Facebook e o Instagram se baseiam, principalmente, em fotos e textos.
Depois do sucesso do TikTok, o Instagram lançou o Reels, uma ferramenta idêntica à nova rede social, em uma tentativa de evitar perder usuários e ficar para trás. Vale continuar de olho nessa tendência de consumir conteúdos em pílulas curtas e visuais.
Outra tendência de consumo de conteúdo para acompanhar é o formato em áudio. Depois da popularização dos audiobooks e podcasts, parece que o Clubhouse veio para ficar.
A rede social foi criada em abril de 2020, mas explodiu no início de 2021, quando o bilionário da tecnologia Elon Musk aderiu à ferramenta.
O Clubhouse promove conversas em áudio, ao vivo, entre seus usuários. É possível criar salas de bate-papo para discutir temas específicos ou fazer brincadeiras (como a sala para imitar pilotos e controle de tráfego aéreo).
O que aprendemos com o sucesso do Clubhouse
Mais uma vez, o humor aparece como um elemento fundamental para atrair e reter os usuários. Mas, ao contrário do TikTok, o Clubhouse não apela para estímulos visuais. A principal vantagem de uma rede social baseada em áudio é que você pode consumir conteúdo enquanto realiza outras atividades diárias.
Dá para acompanhar uma conversa entre celebridades enquanto lava a louça, por exemplo. Também é possível participar de debates sem precisar se preocupar com o seu visual. Você pode participar de uma discussão profissional de pijama, por exemplo, e o mundo nunca saberá.
Assim como o slow living, slow fashion e slow food, o slow content propõe desacelerar, na hora de produzir e consumir conteúdo on-line. Para produtores de conteúdo e adeptos do marketing digital, isso significa que não é preciso fazer 15 posts para falar do que poderia ser dito em 5.
Pode parecer um tiro no pé nas principais redes sociais, em que a frequência de publicações é um dos principais ingredientes para se ter alcance. Mas a ideia é que você não vai precisar brigar pela atenção do público se o seu conteúdo for relevante de verdade para quem consome.
Se você está cansado das principais redes sociais e não gosta dos efeitos que elas têm na sua rotina e no seu emocional, pode ter certeza que você não está sozinho. Vale lembrar que a insatisfação é o primeiro passo para promover uma mudança!
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